quarta-feira, 29 de agosto de 2012

5 Years

Por conta de ter que trabalhar até as 23:30 hs ontem, acabei não conseguindo fazer esta postagem aqui, apesar de ela ser curtinha...

Este é o ‘pior ano do blog’ já que além de ter tido apenas 5 postagens, 3 delas eram sobre o falecimento do meu irmão. Mas a vida continua e o blog é algo muito legal.

Este ano mudei a capa para alguns ‘mimos’ que me dei de presente nos últimos tempos, e alguns são bem antigos (como a Pokébola e o Dinossauro lá atrás). O Anel dourado com correntinha é o Um Anel mesmo! Sim o próprio! Frodo não o jogou no fogo da Montanha da Perdição! Ele foi recuperado e vendido! Pra mim! Kkkk... Brinks. Mas é o Um Anel.

Dados de RPG (4, 6, 8, 10, 12 e 20 lados), Hiei, Milo de Escorpião, Aoshi Shinomori na frente e os Cloth Myth de Saga de Gêmeos e Mime de Benetnasch, e atrás as urnas das 12 Armaduras de Ouro e ao lado as de Bronze com o Haroldo (do Calvin) feitos em papel fotográfico, e uma espada do Shinsengumi de Samurai X (Rurouni Kenshin).

Espero que daqui pra frente eu consiga me dedicar um pouco mais pro blog, já que andei vendo a quantidade de vizualizações das postagens, e ela é bem considerável pra um blog ‘abandonado’. Então pra não deixar estes leitores tristes (?) vou publicar mais vezes em breve.

Fico por aqui agora, e rezo a Deus para que abençoe a cada um de vocês que lêem e visitam este espaço.

Abraço fraterno a todos!

Cinco anos e muita coisa pra contar...

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Serigrafia Sign Future Textil

Mês passado, dia 20 de Julho, eu e mais três companheiros de trabalho fomos pra São Paulo – SP na Serigrafia Sign Future Textil, que é uma feira do segmento do meu emprego, que é de impressoras, mídias, adesivos, lonas, maquinários em geral do setor de comunicação visual.

Nossa viagem começou bem cedinho naquela sexta-feira, e vimos o Sol nascer no caminho num belo espetáculo, e uma das coisas mais marcantes foi passar por diversos pontos de neblina no caminho. Uma delas era incrivelmente densa, e não víamos praticamente nada em nossa frente. Fomos guiados por Fátima, a GPS do carro, que muitas vezes acabava mais nos confundindo do que propriamente conduzindo, mas tudo bem. Almoçamos e fomos pra Feira.

Nosso cadastro já havia sido feito (por mim) previamente pelo site, o que nos poupou de uma looonga fila (Com exceção do Christian, que acabou não entrando o CPF dele porque me fora passado errado na hora de fazer os cadastros, então ele teve que refazer). É interessante nestas feiras que as impressoras ficam os 4 dias do evento funcionando a todo vapor. E as impressões são deixadas no chão, e vamos andando e pisando nelas. Se alguma nos interessa, é só pedir, e eles nos dão. Ganhamos também vários brindes, desde canetas a amostras de adesivos e lonas impressas, acrílicos cortados à laser, entre outras coisas. Tinha uma máquina que imprimia e cortava em materiais rígidos, como PVC, e deste, peguei uma Fórmula 1 bem bacana. As pernas doíam de tanto andar pra lá e pra cá dentro do Expo Center Norte, mas valeu a pena. Quando saímos, fomos no Shopping Center Norte, onde eu e o Maycon (Ciola) compramos um pacotinho cada do Training Card Game de Pokémon (Uma semana depois, compramos nossos primeiros decks temáticos, mas outro dia falo disso). Comprei também a versão original em quadrinhos de ‘V de Vingança’, e ainda não terminei de ler (vergonhoso, não?).

Nosso jantar foi numa churrascaria onde cada Coca-cola de 600 ml custou mais ou menos R$ 4,30. Dormimos um justo sono no ‘Formule 1’, que é um hotel bem bacana. Acho que foi a primeira vez que dormi em um hotel na minha vida. (Que foi? Nunca fui de fazer grandes viagens, e quando as faço, é sempre com destinos e pousos em residências. Então...)

Saímos do hotel as 06:00 hs em ponto, e tomamos a estrada de volta. Interessante é que em São Paulo, passando ao lado do Rio Tietê, passando ao lado do estádio (não é essa a palavra, mas é a que veio agora na mente) do Corinthians e da Portuguesa, pelo Sambódromo, e vendo os vários helicópteros no ar o tempo todo, eu realmente me senti contente por ter feito esta viagem. (E com as despesas pagas pela empresa é a melhor parte. Hehehehehe...) Quando fomos informados que faríamos esta viagem, eu só acreditaria mesmo quando estivéssemos na estrada. E agora, estávamos voltando. Muito boa a sensação. Tanto na ida quanto na volta, paramos no Rodo Serv Star pra tomar café da manhã (pizza e suco de laranja pra mim), onde tiramos fotos num tanque de guerra muito bacana (‘bacana’ por que ele estava parado, pois imaginar aquele ‘trem’ em um campo de batalha andando por aí e disparando contra os inimigos deve ser algo aterrorizante, na realidade).

Cheguei em casa era por volta de 13:00 hs, super cansado, mas tudo bem. A viagem foi muito boa e aguardo pelas próximas. Hehehehehe.

Um abraço a todos, e espero atualizar mais vezes este blog.

(Como hoje a noite, por exemplo, por conta do aniversário de 5 anos deste blog, certo?)

Maycon (Ciola ), Marcelo (Dos Anjos/Tchello Vinyl), Christian (Barra de Ferro) e Kleiton (Bill) indo pra Feira.

domingo, 26 de agosto de 2012

My Brohter 03

Continuando...
Na manhã de segunda-feira, dia 26 de março (exatos 5 meses hoje, data desta postagem), já era 10 e pouco da manhã, o Alex foi me chamar: “seu pai está aí.” Espantei, claro, e pensei no meu irmão: ‘ele deve ter acordado e quer ver a família’... Não era isso... Meu pai disse apenas: “Aconteceu, Marcelo. Aconteceu...” E me abraçou chorando. Saí com meu pai e viemos em casa buscar alguma roupa pro meu irmão.
Não sabemos como, mas esta notícia se espalhou muito mais rápido do que imaginávamos. Chegamos em casa num pé e íamos sair no outro, e já tinha gente indo nos ver e dizer o quanto sentia pela perda. No caminho, fomos buscar minha cunhada pra ir com a gente, mas ela já tinha sido levada pra casa pelo pai dela. Sem dúvida seria pesado demais pra ela ir lá naquela hora com a gente. Para irmos, o pai de um amigo nosso (o Luis) foi dirigindo, pois talvez meu pai não conseguisse voltar dirigindo, e realmente, não teria sido.
Como já disse, essas notícias voam muito rápido e em pouco tempo eu estava recebendo ligações e mensagens de amigos de dentro e fora da cidade. A galera diocesana da PJ mandou mensagens em peso. Chegamos em Londrina, nos encontramos com minha mãe que já estava lá naquela manhã, e ela nos contou como foi. Na verdade, ela não estava junto com ele no momento; estava rezando na Igreja, esperando pra dar o horário da visita, e quando chegou de volta no hospital, uma das enfermeiras veio correndo até ela com cara de desespero, e minha mãe perguntou: ‘o que foi?’ ‘o Renato’ respondeu ela. E não foi preciso dizer mais nada...
As 10:00 hs da manhã de 26 de Março de 2012, meu irmão, Renato José dos Anjos... faleceu...
Foi algo muito estranho quando fomos ver o corpo do meu irmão. Quando estávamos chegando, vi pela porta um pé que poderia ser o dele, e era. Ele estava deitado numa mesa, com um pano sobre seu corpo inerte e pálido. Ainda sujo de sangue, ele e o lençol do hospital, não conseguíamos acreditar que aquele jovem cheio de sonhos, barulhento, que não parava, que sempre comprava e vendia carros antigos (com os quais sempre tinha problema) e que era tão forte, em questão de 4 meses estava... morto. Não acreditávamos que era ele ali. Não acreditávamos e ainda nos custa acreditar.
Voltamos pra Arapongas, e na frente ia o carro da funerária trazendo o corpo do meu irmão. A última viagem dele... Enquanto meus pais estavam na funerária preparando tudo, eu estava em casa, noticiando na internet o ocorrido e ligando e recebendo ligações de muitas pessoas solidárias com nossa dor.
Por volta das 19:00hs, o corpo do meu irmão estava na capela mortuária da Aliança. Alguns parentes e amigos estavam ali naquela hora, e não foi fácil pra nenhum de nós. Pouquíssimos o viram doente no hospital, alguns o viram em casa, mas muitos tinham a última lembrança dele vivo e saudável, e agora estávamos o vendo num caixão, frio e sério.

Apenas meu irmão fora velado naquela noite, mas... parecia que era um velório de 4 pessoas, ou alguém importante na cidade devido a imensa quantidade de pessoas que foram prestar-lhe uma última homenagem. (E pensando bem, ele sem dúvida foi alguém importante na cidade, mesmo apenas tendo sido amigo e companheiro.) Amigos de infância, de faculdade, de trabalho, de igreja, familiares, vizinhos, professores, e muitos outros que não o conheciam, mas por amizade comigo ou com meus pais, infelizmente o conheceram antes, apenas num momento em que meu irmão não os poderia conhecer. Minha mãe e meu pai ficaram no meio do salão acolhendo as pessoas que os saudavam, e havia pouco espaço para caminhar lá dentro. É certo que o lugar não é muito grande, mas ficou ainda menor. Lá fora também havia muita gente. Falando assim parece até exagero, mas somente quem esteve lá sabe do que estou falando. Isso prova o quanto meu irmão (e também nós) somos queridos e amados por tanta gente. Deus seja louvado por isso. Certo momento em que falei com minha mãe ela comentou estar com o rosto doendo de tanta gente que veio cumprimenta-la.

Pra mim, ver as pessoas do meu grupo de jovens e do meu trabalho foi de grande importância lá, sem dúvida, mas grande foi minha alegria naquele momento de dor quando Vagner Leão e sua esposa Rafaela vieram de Londrina para me dar um abraço, e Fran Venancio veio para passar a noite aqui ao meu lado. E como ela acertadamente disse, eu faria o mesmo por ela.

Na hora final, da última marcha, no meio da tarde, foi muito doloroso pra todos nós. Pra mim, eu não podia acreditar que MEU irmão, estava sendo levado pra enterrar. MEU irmão estava morto. MEU irmão, com quem passei tantas coisas junto, mas que... eu pouco conhecia. Infelizmente, eu não era tão amigo dele quando poderia e DEVERIA ter sido. Não sei porque, mas eu não conseguia conversar muito com ele. Acho que por achar e ver que ele era tão forte física e mentalmente de deixava inconscientemente retraído. Sei lá. Só sei que me dói ao ver uma foto na sala em que estamos os quatro juntos, e eu ao lado do meu irmão, mas ao invés de abraça-lo, eu estou com o ombro na frente dele. Chega a estar até torto, por estar apoiado no ombro dele. POR QUE EU NÃO O ABRACEI OU COLOQUEI A MÃO SOBRE SEU OMBRO? POR QUE? Nunca saberei a resposta e nunca poderei fazer isso novamente. Não em vida. Apenas depois, na morte, quando tanto ele quanto outros amigos nossos nos reencontrarmos na Vida Eterna, no Reino de Deus.

Meu irmão, hoje, mora com Deus. É um Anjo que olha por nós aqui. Hoje, dia 26 de agosto, completa 5 meses de tudo isso, e a dor ainda é profunda. Eu gostaria de poder chorar as vezes, mas não consigo. Aliás, consigo, mas meu choro não é de lágrimas. As lágrimas não são a única forma de chorar. Mas não se passa um dia sequer que não me lembro do meu irmão. Infelizmente também, foi preciso que isso acontecesse pra eu perceber que ele faz falta aqui e que eu o amo. E que ele sem dúvida era uma grande pessoa. Um grande amigo, um grande companheiro. Moramos sob o mesmo teto a vida toda, e eu deixei que a amizade com ele não fosse profunda. Como me dói isso. Mas não há nada mais que possa ser feito... Ah, mas eu dizia a ele que o amava e ele também me dizia isso. Não foi somente depois que ele ficou doente que eu criei coragem pra dizer. Claro que eu falava com uma frequência menor do que eu digo aos meus pais, mas eu dizia isso a ele também.

Hoje não é fácil ir no cemitério, ou lá perto. Especialmente pra minha mãe. Mas a vida continua. Hoje, não moramos na mesma casa. Já estava nos planos bem antes de ele ficar doente, e quando descobriu-se a doença, o pedreiro já estava contratado pra começar o trabalho. Até tiramos fotos pra enviar pela internet pra ele ver no hospital como estava ficando o terreno com as primeiras carreiras de tijolos. =)

Mas hoje, nesta casa nova, ele não está conosco. Por um lado é ruim, mas por outro nem tanto, já que não temos a visão dele nesta casa. Ao contrário da outra, pra todo lado o víamos. Mas aqui, mesmo que não o vejamos com os olhos, nosso coração constantemente o visualiza aqui e ali brincando e divertindo, e fazendo barulho e bagunça com a gente ou com as pessoas que vem aqui.

Existem muitas coisas que poderiam ainda ser faladas aqui neste blog, (como os sinais que meus pais tiveram no dia anterior ou no dia) mas deixemos pra lá. Não no sentido de descarte, mas no sentido de que escrever tudo isso me deixa com o coração pesado. E não quero demonstrar isso para minha mãe que tanto torce para que eu seja feliz e com isso ela (e meu pai) estará feliz também.

Seja como for, as constantes e intensas orações que tantas pessoas fizeram em prol do meu irmão, foram SIM ouvidas e atendidas, uma vez que ele não nos deixou em pouco tempo, como acontece com algumas pessoas quando descobrem a leucemia. Aqui em Arapongas, uma filha de um dentista se não me engano, descobriu a doença num domingo, e no sábado, ela faleceu. Um outro rapaz descobriu a doença e em dois meses já havia partido. Meu irmão permaneceu conosco ainda quatro meses.

Ele foi um guerreiro. Lutou bravamente até o fim, e com certeza absoluta, agora goza as alegrias do Céu, junto ao Cristo que tanto amou em vida.

Que Deus nos abençoe, pois a vida, dom de Deus, pertence a Ele. Portanto, apenas a Ele pertence o direito de dar e tomar de volta nosso sopro de vida.

Um forte e caloroso abraço a todos, e obrigado por lerem esta história que tanto me dói contar.


Sua lembrança de 7º Dia que doeu em meu coração ao produzir...

sexta-feira, 29 de junho de 2012

My Brohter - Parte 02

Continuando...

Meu irmão ficou internado no HCL (Hospital do Câncer de Londrina) durante 42 dias, perdeu 17 kgs e perdeu o cabelo também, claro.

Na noite de Natal minha cunhada, meus pais e eu fomos visita-lo e a cama dele estava cheia de cabelo. Comentei com ele sobre isso e ele puxou um tufo que saiu facilmente. Aproveitando a oportunidade de nós estarmos por lá e já que precisaria fazer isso mesmo, o enfermeiro-chefe buscou a maquininha e com a namorada do lado dando apoio e força, ele ficou careca. Até tirou umas fotos de moicano com o cabelo que ainda estava na cabeça quando nas laterais ele já tinha sido cortado. Na noite de ano novo também passamos no hospital para vê-lo.

Os horários de visita infelizmente eram muito curtos: apenas meia hora por horário, e 3 vezes ao dia para quem estava na UTI (que era o caso dele). Minha mãe ia tooodos os dias e minha cunhada também. Acho que em todo o tempo de internação, cada uma ficou apenas 3 no máximo sem ir visita-lo. Mas não no mesmo dia, claro. Eu ia de vez em quando também, claro, mas como poderiam entrar apenas 2 pessoas por horário, eu acabava não entrando sempre, já que entravam minha cunhada e minha mãe, ou minha cunhada e meu pai, ou minha cunhada e eu, e com conversa, minha mãe conseguia ir ou mandar meu pai também, indo no total 3 pra ver meu irmão. E sempre ia 1 de cada vez. Na visita, luva e jaleco pra evitar contaminação, já que a imunidade dele era muito baixa, e a gente levar alguma coisa pra dentro do hospital é fácil. Algumas vezes foram alguns amigos, ou professores da faculdade lá no hospital, e parentes nossos também. Mas pra todos nós era muito difícil ver um rapaz que costumávamos ver forte e brincando deitado numa cama de hospital.

Depois de 42 dias, ele voltou pra casa. A doença não estava curada, mas estava indo bem o tratamento, e os médicos eram otimistas. Ele saia de casa, chegou a ir na Missa uma ou duas vezes, e as pessoas praticamente não o reconheciam, já que ele andou sumido por um tempo e depois quando reaparece, é um cara magro, então a galera estranhou mesmo. No dia em que foi na faculdade, quem o viu ficou muito, mas muito contente.

No tempo que ficou em casa, levantava bem cedo duas vezes por semana com minha mãe pra ir pro hospital em Londrina fazer quimioterapia (que não teve as grandes reações que todo mundo fala tanto. Só a primeira mesmo que foi meio forte, já que era o começo do tratamento, e tal...), e quando ela estava se tornando quinzenal... Infelizmente, exatamente dois meses depois de ele sair do hospital, voltou pra lá pra ficar internado. Havia passado uma noite lá pra tomar soro, mas no outro dia cedo estava em casa.

Ele voltou pra UTI novamente no dia 12 de março. Chegou anteriormente a ir pra um quarto comum, mas o ambiente lá era muito pior e assustador do que na UTI. (Só o nome UTI é muito assustador, mas acreditem, é bem melhor ficar em uma do que num quarto. Se bem que depende o quarto, já que no primeiro que ele ficou, tinha um cara quase morrendo lá, e outro quase morto já. Mas no segundo quarto em que ele ficou, era só ele, e era ‘bom’ lá.) Descobriu-se que as dores no peito e a falta de ar constante eram uma infecção pulmonar. Como ele ficava agitado, e a agitação tirava ainda mais o folego dele... Resolveram que o melhor a fazer era sedá-lo. Na manhã do dia 16 ele estava muito agitado pela falta de ar, e ligou pedindo que minha mãe e a Jessica (minha cunhada) fossem lá com ele. Como minha mãe estava fora e não tinha celular, não a encontramos a tempo de ir pra Londrina com minha cunhada. Então minha mãe (que ganhou nesta noite um celular pra que algo assim jamais acontecesse novamente!) foi comigo e meu pai pra lá. Nesta noite de sexta-feira, quando subi pro quarto, a Jéssica fazendo massagem nos pés dele (muito inchados), e quase não conversamos. Ele estava muito cansado e sonolento. Foi a última vez que conversamos...

Durante a madrugada do dia 17 ele foi sedado. A infecção pulmonar estava sendo tratada, mas ele não apresentava melhorias, mas também não piorava. O estado dele era sempre estável, estável, estável. Isso cansava e preocupava. Muito. No dia 25, domingo, fomos à Missa no Flamingos, onde a liturgia era dos jovens, e eu fiz a leitura e meus pais estavam lá também. Era a última semana da quaresma antes da Semana das Dores, como o padre Miguel dizia na homilia, que antecede a Semana Santa, mas não imaginávamos que a Semana das Dores seria tão dolorosa.

Continua...

Meu irmão quando nem pensava em doença...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

My Brother - Parte 01

Depois de muito tempo, consegui terminar este texto e atualizar o Tenshi Arena. É triste, mas tenho que retornar falando sobre os eventos que acarretaram no falecimento do meu irmão...

Mas vamos lá.

Dezembro de 2011... Este mês ficará marcado por muitos e muitos anos na nossa família. E não me recordo de um mês tão... CINZA quanto este.

Digo cinza pelo seguinte: poderia ser considerado ‘negro’ pelos fatos que contarei a seguir sobre meu irmão, mas também o consideramos ‘branco’ por ser o mês do Natal, do Advento, portanto cheio de luz. Branco + Negro = Cinza. E também pelo fato de que NUNCA ouvi tantas notícias pesadas e ruins em tão pouco tempo. Em quase qualquer lugar que eu ia, alguém sempre tinha uma notícia pesada pra contar. Sempre. Desde uma pessoa que já me foi muito cara que perdeu o bebê no 7º mês de gestação, a pessoas tendo AVC, a acidentes de carro... Dava medo de sair na rua na expectativa de ouvir alguma notícia ruim.

Em outubro mais ou menos, meu irmão começou a reclamar de algumas dores: ora numa perna, ora noutra, ora no braço, ora nas costas, ora nas duas pernas... Em novembro também estava assim, mas com intensidade maior. Ele foi num médico que pediu um raio-x da coluna, e viu que uma vertebra estava levemente torta. Talvez um esforço abusivo na academia, no trabalho ou em outro lugar tenha provocado isso. Porém, chegou um ponto em que as dores não eram o único incomodo dele: cansaço, febre, pequenas manchinhas surgindo no corpo e sangramento nasal estavam deixando a todos com preocupação. Afinal, um rapaz de 24 anos completados em 26 de Novembro, que não fuma, não bebe, não usa drogas, joga futebol, faz academia, faculdade, namora, trabalha, vai na Missa, e outras coisas positivas, de repente se encontra mal, e realmente é de se assustar. Sobre sangramento, uma noite, por volta das 21 ou 22 hs, começou a sangrar o nariz dele, e não parava por completo. Parava um pouquinho e logo voltava a sangrar, e era bastante. Como isso era muito estranho, levaram ao 24 horas, onde deu uma boa diminuída, mas não estancou totalmente, mas isso já era quatro horas da madrugada... Já fazia alguns dias também, ele dormia num colchão na sala, para o caso de precisar de alguma coisa, meus pais e eu poderíamos ouvir seu chamado e socorre-lo em suas necessidades.

Ele já não conseguia ir trabalhar direito, voltando pra casa na manhã do dia 1º de dezembro. No outro dia pela manhã, minha mãe e ele foram fazer um exame de sangue. Um dos procedimentos serve para ver a coagulação do sangue, onde faz-se um furinho no lóbulo da orelha, e espera-se que no máximo em 15 minutos esteja estancado. Uma hora e meia levou para que meu irmão parasse de sangrar. Era uma sexta-feira, e os exames ficariam prontos na terça ou quarta-feira da semana seguinte. Vendo que meu irmão estava precisando urgentemente do resultado, a equipe agilizaria o resultado para aquela mesma tarde. Na hora do almoço, ligaram em casa e disseram: ‘Venham aqui buscar o resultado rapidamente pra levar pro Hospital Regional João de Freitas. O médico já os espera.’ E meu pai, que deveria ir trabalhar, não foi para levar os dois até lá. Vi meu irmão descendo as escadas andando ‘normalmente’ apesar das dores nas pernas, e entrou no carro e saíram.

No hospital, apenas ele e minha mãe puderam entrar, para falar com o médico sobre os resultados. Não sei exatamente como foi essa parte do processo, mas sei que numa hora lá, a enfermeira (ou alguma coisa assim) chegou falando com eles e dizendo que ‘confirmou mesmo a leucemia, e tem tratamento e...’ ‘Peraí, eu tenho o que?’ espantou-se meu irmão. Vendo que tinha feito uma burrada ela pediu desculpas pensando que já soubessem o que ele tinha, mas a trapalhada já estava feita. Imagine... Você está bem, tranquilo, algumas dores começam a incomodar, e num dia comum e qualquer, num exame de sangue de repente você está com leucemia. Um choque muito grande, com certeza. Minha mãe quis abraça-lo, mas ele muito chocado rejeitou. Ele já ficou por lá mesmo, internado no Quarto 12, Cama 3.

Minha mãe pediu que eu ficasse de prontidão no serviço, que caso fosse preciso, ela ligaria e eu iria onde eles estivessem. Mas quando cheguei do trabalho em casa, um amigo de trabalho do meu irmão estava conversando com meu pai no portão e dando palavras de apoio neste momento de dificuldade. Quando ele foi embora, perguntei ao meu pai sobre os exames e ele contou que meu irmão fora diagnosticado com suspeita de leucemia e estava internado e minha mãe estava por lá com ele ainda.

Continua...


Um mês que infelizmente se tornou muito pesado...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Não!

Eu não abandonei o blog.

Só não consegui ainda escrever e postar nada ainda.

AINDA. ^^

Aguardem...